ARTES NA FIDALGA 2018
Leilão de jardim
Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis
nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão!)
Cecília Meireles,
Inaugurou a 23 de Junho na Quinta da Fidalga e estará patente até 30 de Setembro.
Antonieta Figueiredo
A Quinta da Fidalga, cuja fundação remonta ao século XV, constitui um dos exemplos mais antigos e mais bem preservados das quintas agrícolas e de recreio outrora existentes nesta região. Nos séculos XVII e XVIII está documentada a ligação à família Gama Lobo, da qual vários membros se destacaram no serviço régio, sobretudo enquanto secretários do Conselho da Fazenda.
Ainda no século XVIII destacava-se já pelos seus excelentes pomares de citrinos, ruas cobertas de árvores silvestres e parreiras em latadas. Dois poços equipados com noras forneciam água para a rega e para alimentar três fontes de embrechados. Distingue-se também pelo lago de maré, que constitui um monumento raro ou quase único na arquitetura hidráulica portuguesa. Possui ainda uma capela que foi integrada no palacete em meados do século XX em substituição de outra mais antiga. As paredes interiores estão revestidas de azulejos do século XVIII e de reproduções também deste período. Em 1952, o palacete e os arruamentos da quinta registaram várias intervenções dirigidas pelo arquitecto Raul Lino, destacando-se os azulejos, de várias épocas dispostos por diversos pontos dos jardins.
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