quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Exposição Colectiva "Artes no Serrado" - ARTES Seixal


«A liberdade não é um estado, mas um processo; só quem sabe é livre. Só a cultura dá liberdade. Não proclamem a liberdade de voar, mas deem asas [...]. A liberdade que deve ser dada ao povo é a cultura».

Miguel de Unamuno

 

....A exposição Artes no Serrado, organizada pela ARTES – Associação Cultural do Seixal, mostra coletiva de artes plásticas, ao ar livre e em espaço público, apresenta trabalhos produzidos por artistas, associados e convidados, que responderam a este desafio com obras em diferentes técnicas e abordagens, traduzindo as diversas sensibilidades que convivem numa mancha mesclada e harmónica, manifestação de liberdade criativa, participação, envolvimento,  transformação e um incentivo à criação, na valorização do seu trabalho e no encontro destes com a comunidade, símbolo do espírito de partilha e de união.

Agradecemos à ARTES – Associação Cultural do Seixal, e aos artistas participantes, o entusiasmo e a sua entrega pessoal, de modo que, mais uma vez, se apresente à população do concelho uma exposição digna e que a todos nos orgulha.



A inauguração realizou-se no dia 18 de maio, sábado, às 17 horas, e contou com a atuação da banda da Sociedade Filarmónica Operária Amorense.


A minha participação com 4 telas alusivas á liberdade  - Antonieta Figueiredo

Poesia e imaginação



"Como se faz o poema
Para falarmos do meio de obter o poema,
a retórica não serve. Trata-se de uma coisa simples, que não
precisa de requintes nem de fórmulas. Apanha-se
uma flor, por exemplo, mas que não seja dessas flores que crescem
no meio do campo, nem das que se vendem nas lojas
ou nos mercados. É uma flor de sílabas, em que as
pétalas são as vogais, e o caule uma consoante. Põe-se
no jarro da estrofe, e deixa-se estar. Para que não morra,
basta um pedaço de primavera na água, que se vai
buscar à imaginação, quando está um dia de chuva,
ou se faz entrar pela janela, quando o ar fresco
da manhã enche o quarto de azul. Então,
a flor confunde-se com o poema, mas ainda não é
o poema. Para que ele nasça, a flor precisa
de encontrar cores mais naturais do que essas
que a natureza lhe deu. Podem ser as cores do teu
rosto - a sua brancura, quando o sol vem ter contigo,
ou o fundo dos teus olhos em que todas as cores
da vida se confundem, com o brilho da vida. Depois,
deito essas cores sobre a corola, e vejo-as descerem
para as folhas, como a seiva que corre pelos
veios invisíveis da alma. Posso, então, colher a flor,
e o que tenho na mão é este poema que
me deste."
Nuno Júdice




                                   digital art Antonieta DFigueiredo