terça-feira, 5 de junho de 2018

23 a 31 de maio - Exposição: Artes Plásticas
Exposição de Artes Plásticas // A Arte Contra o Cancro
// Casa das Artes Mário Elias // Org. Liga Portuguesa
Contra o Cancro

Participei nesta causa com "Renovação" Técnica mista s/cartão.






Mértola, também apelidada de Vila-Museu, é uma tranquila vila raiana muralhada, situada num penhasco sobranceiro ao rio Guadiana, no distrito de Beja, Baixo Alentejo. Foi em tempos um dos mais importantes portos fluviais do Mediterrâneo e, por isso, visitar Mértola é fazer uma viagem ao passado, rumo à descoberta de vestígios da presença de grandes civilizações – dos romanos, passando pelos visigodos e muçulmanos, até aos cristãos.

Longe do bulício dos grandes centros urbanos, Mértola, com o seu clima ameno, convida-nos a passeios tranquilos pelas suas ruas e ruelas, descobrindo, por entre o branco casario, os seus recantos cheios de história. A coroar a vila encontra-se o Castelo de Mértola, que, altivo, domina toda a paisagem circundante, e que nos desafia a explorá-lo.
Lá em baixo, as águas do Guadiana tentam-nos para um passeio de barco a relembrar rotas ancestrais. Nos dias mais quentes é uma experiência muito refrescante!




breve história
As origens de Mértola remontam ao período neolítico. Veio a tornar-se num importante entreposto comercial frequentado por Fenícios e Cartagineses, graças à sua posição estratégica junto ao último troço navegável do rio Guadiana, que em grande parte do Alentejo separa Portugal de Espanha.

Durante o período romano, Mértola, então Mirtylis Iulia, era um importante porto fluvial, onde se desenvolveu um intenso comércio com os principais portos do Mar Mediterrâneo oriental. Ainda hoje é possível identificar os vestígios romanos no Criptopórtico, na Torre Couraça, na casa romana e nas vias romanas.

Após a queda do Império Romano, a vila foi ocupada pelos Visigodos, que deixaram vestígios arquitetónicos da sua presença, nomeadamente colunas e pilastras, que podem ser vistos numa exposição patente na Torre de Menagem do Castelo.

Após a invasão muçulmana, no século VIII, Mértola, que passou a ser denominada Mārtulah, continuou a manter a sua importância comercial, por ser o porto mais Ocidental do Mediterrâneo. Este foi o período de maior dinamismo económico, culminando no crescimento e apogeu da urbe, que se tornou, durante um curto espaço de tempo, capital de um pequeno emirado islâmico independente, a Taifa de Mértola. A importância de Mārtulah é bem visível na riqueza do seu património islâmico, posto a nu por duas décadas de escavações arqueológicas. Hoje, pode ser revisitado no núcleo de Arte Islâmica do Museu de Mértola.

Durante a Reconquista Cristã, Mértola foi conquistada aos mouros no reinado de D. Sancho II de Portugal, pelo comendador da Ordem de Santiago, Paio Peres Correia, em 1238. Mais tarde, em 1512, D. Manuel I dá Foral à vila e durante os séculos XVI e XVII, o seu porto atinge novo fulgor com a exportação de cereais para as ocupações portuguesas no Norte de África.

No final do século XIX, com a descoberta da jazida mineral em S. Domingos, Mértola conhece uma nova época de prosperidade, que se traduziu num elevado crescimento demográfico. No fim da década de cinquenta, a exploração mineira começou a diminuir e em 1965 a Mina encerrou definitivamente.

A vila possui um riquíssimo património arquitectónico, de grande valor histórico e cultural, onde se destacam Castelo, Igreja Matriz, Convento de S. Francisco, Torre Couraça e Torre do Relógio.