"Fragmentos de memória" - Pintura
Centro Cultural Carnide
Dia 28/02/ 2018
quarta-feira - 28/02/ >12 -Março 2018 - 19 horas -21
2ª a 6ª Feira das 9h30 às 12h30 e das 15h00 às 19h00
"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." Auguste Rodin
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
"Fragmentos de memória" - Pintura
Dia 28/02/ 2018
quarta-feira - 19 h
>12 -Março 2018
Centro Cultural Carnide
"A arte é vida; um universo de "fragmentos", de estados de alma e paisagens interiores de memórias que se desprendem no tempo e ficam no olhar e no sentir."
Antonieta Figueiredo
https://www.jf-carnide.pt/para-a-populacao/centro-cultural-de-carnide/contactos/
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018
Entre Março e Abril
Que cheiro doce e fresco,
por entre a chuva,
me traz o sol,
me traz o rosto,
entre março e abril,
o rosto que foi meu,
o único
que foi afago e festa e primavera?
Oh cheiro puro e só da terra!
não das mimosas,
que já tinham florido
no meio dos pinheiros;
não dos lilases,
pois era cedo ainda
para mostrarem
o coração às rosas;
mas das tímidas, dóceis flores
de cor difícil,
entre limão e vinho,
entre marfim e mel
abertas no canteiro, junto ao tanque
Frésias,
ó pura memória
de ter cantado –
pálidas, fragrantes,
entre chuva e sol
e chuva
- que mãos vos colhem,
agora que estão mortas
as mãos que foram minhas?
Eugénio de Andrade, in Chuva sobre o Rosto
"Cheiro da terra" Acrílico e carvão s/papel
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Os Amigos
no regresso encontrei aqueles
que haviam estendido o sedento corpo
sobre infindáveis areias
tinham os gestos lentos das feras amansadas
e o mar iluminava-lhes as máscaras
esculpidas pelo dedo errante da noite
prendiam sóis nos cabelos entrançados
lentamente
moldavam o rosto lívido como um osso
mas estavam vivos quando lhes toquei
depois
a solidão transformou-os de novo em dor
e nenhum quis pernoitar na respiração
do lume
ofereci-lhes mel e ensinei-os a escutar
a flor que murcha no estremecer da luz
levei-os comigo
até onde o perfume insensato de um poema
os transmudou em remota e resignada ausência
Al Berto, in O Medo
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